RESISTÊNCIA DO ANALISTA E CONTRARESISTÊNCIA
RESISTÊNCIA DO ANALISTA EM FREUD E FERENCZI
O
médico deve colocar-se em posição de fazer uso de tudo o que lhe é dito para
fins de interpretação e identificar o material inconsciente oculto, sem
substituir sua própria censura pela seleção de que o paciente abriu mão. Para
melhor formulá-lo: ele deve voltar seu próprio inconsciente, como um órgão
receptor, na direção do inconsciente transmissor do paciente. Deve ajustar-se
ao paciente como um receptor telefônico se ajusta ao microfone transmissor. Assim
como o receptor transforma de novo em ondas sonoras as oscilações elétricas na
linha telefônica, que foram criadas por ondas sonoras, da mesma maneira o
inconsciente do médico é capaz, a partir dos derivados do inconsciente que lhe
são comunicados, de reconstruir esse inconsciente, que determinou as
associações livres do paciente.
Mas
se o médico quiser estar em posição de utilizar seu inconsciente desse modo,
como instrumento da análise, deve ele próprio preencher determinada condução
psicológica em alto grau. Ele não pode tolerar quaisquer resistências em si
próprio que ocultem de sua consciência o que foi percebido pelo inconsciente;
doutra maneira, introduziria na análise nova espécie de seleção e deformação
que seria muito mais prejudicial que a resultante da concentração da atenção
consciente. Não basta para isto que ele próprio seja uma pessoa aproximadamente
normal. Deve-se insistir, antes, que tenha passado por uma purificação
psicanalítica e ficado ciente daqueles complexos seus que poderiam interferir
na compreensão do que o paciente lhe diz. Não pode haver dúvida sobre o efeito
desqualificante de tais defeitos no médico; toda repressão não solucionada nele
constitui o que foi apropriadamente descrito por Stekel como um ‘ponto cego’ em
sua percepção analítica.
FREUD, Sigmund. Recomendação
aos médicos que exercem a psicanálise.
In: Obras Completas Vol. XII. p. 129
e 130.
A questão sobre a resistência do
analista faz parte da discussão iniciada por Ferenczi em relação à crítica que
teceu sobre o próprio analista, o qual apontou como um dos maiores obstáculos à
cura.
Tal preocupação ferencziana, entre
outras, demarca a inauguração de um novo paradigma psicanalítico em que o
objeto de estudo deixa de ser apenas o paciente ou o analista, e passa a ser a
dupla analítica afetando-se mutuamente no espaço da intersubjetividade.
Muitas vezes, em função de uma análise
incompleta ou de traços desfavoráveis da própria personalidade, em vez de o
analista propiciar um ambiente facilitador do processo terapêutico, torna-se
ele próprio um entrave para o desenvolvimento emocional do paciente.
Ferenczi questionou a insuperabilidade
da resistência do paciente nos seguintes termos:
“Fórmulas
tais como ‘a resistência do paciente é insuperável’ ou ‘o narcisismo não
permite aprofundar mais este caso’, ou mesmo a resignação fatalista em face do
chamado estancamento de um caso, eram e continuam sendo para mim inadmissíveis.
Pensava que, enquanto o paciente continua comparecendo, o fio de esperança não
se rompeu. Portanto, eu tinha de fazer a mim mesmo, de forma incessante, a
mesma indagação: a causa do fracasso será sempre a resistência do paciente,
não será antes nosso próprio conforto que desdenha adaptar-se às
particularidades da pessoa, no plano do método?” (Análise de crianças
com adultos)
Ele comparou a postura flexível e
empática do analista à imagem do João-Bobo[1] para ilustrar a ideia de
que, quando a analista conseguia ser continente das agressões e dasafetos do
paciente, sem se defender – sem resistir – facilitava a gradual transformação
da transferência negativa em positiva e o paciente, assim, aumentava a confiança
que depositava em seu terapeuta.
A resistência do analista pode
ocultar-se, por exemplo, sob um apego rígido aos procedimentos terapêuticos,
mais especificamente às regras protocolares aprendidas e introjetadas, sob a
forma de uma “postura analítica” cristalizada, como, por exemplo, uma
neutralidade exagerada. Nesse caso, o terapeuta estaria governado por um superego
técnico excessivamente rígido, em vez de ser orientado pelas necessidades
terapêuticas do paciente.
Outras possibilidades de atuação da
resistência do analista referem-se à insegurança natural do analista
principiante ou às idiossincrasias e características da personalidade do
terapeuta, como, por exemplo, moralismo, narcisismo patológico, necessidade obsessiva
de controle, frágil elaboração da inveja, ambição terapêutica desmedida; desejo
semantizador exagerado; baixa capacidade empática, excesso de pontos cegos etc.
Embora algumas análises ocorram apesar
do psicanalista, sabemos que, na maioria dos casos, a análise do paciente só
avança até onde avançou a de seu analista.
Ferenczi ressaltou que a análise
terminada do analista, bem como sua constante análise da contratransferência, é
absolutamente essencial para que possa tentar controlar sua resistência.
KAHTUNI,
Haydée Christinne e SANCHES, Gisela Paraná. Dicionário sobre o pensamento de
Sándor Ferenczi: uma contribuição à clínica psicanalítica contemporânea.
Rio de Janeiro: Elsevier; São Paulo: FAPESP; 2009. p. 338 e 339.
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CONTRARESISTÊNCIA
CONCEITUAÇÃO
É
necessário reiterar que assim como a resistência pode partir unicamente do
paciente, também pode proceder do analista, embora o que, sobretudo, vai nos
interessar no presente texto é a interação resistencial-contraresistencial que
se processa entre ambos, no campo analítico.
A
contraresistência chegou a ocupar um significativo espaço na literatura
psicanalítica, como pode ser constatado nas vezes em que Racker[2] emprega o termo e nas
conceituações que ele faz acerca deste fenômeno, em seu consagrado livro sobre
técnica psicanalítica. Gradativamente, os autores foram deixando de abordar e
de nomear diretamente a presença das manifestações da contraresistência, talvez
pela possibilidade de que as considerassem enquadradas no fenômeno da
contratransferência. Não há dúvida quanto ao fato de que os fenômenos de
resistência e transferência – e por conseguinte, os de contraresistência e
contratransferência – estão intimamente conectados, como Freud estudou
exaustivamente; não obstante, acompanhando muitos autores, também entendo que
existe uma nítida diferença conceitual, sendo útil estudar e nomeá-los
separadamente.
A
partir dos trabalhos do casal Baranger[3] (1961-2), acerca do campo
analítico, e os de Bion (1959), relativos à psicanálise vincular, embora sem
que eles tenham usado especificamente a denominação de contraresistência, tem
havido um renovado interesse dos psicanalistas quanto aos aspectos contraresistenciais.
Inicialmente,
impõe-se estabelecer a distinção de quando a resistência do analista tem origem
nele próprio ou quando ela decorre de um estado de “contra-identificação” com o
seu analisando. No primeiro caso, estamos falando de resistência do analista,
enquanto no segundo, trata-se de contraresistência.
1. Resistência
oriunda do próprio analista. O melhor indicador de que as resistências procedem
unicamente de dentro do analista é quando elas se repetem de modo sistemático
com todos os seus pacientes, independentemente de como eles sejam, diante de
uma complicação emocional equivalente. Por exemplo, se, com qualquer paciente
de uma determinada categoria (idoso, adolescente, mulher bonita, psicopata…),
sem levar em consideração a estrutura emocional de cada um deles
individualmente, o analista vier a experimentar as mesmas reações emocionais e,
assim, formar “pontos cegos” em sua mente, é certo que ele “resistirá” em
aprofundar a análise daquilo que ele não está suportando em si próprio.
2. Psicanalistas
norte-americanos (Kantrowitz[4]) estudaram e pesquisaram
com profundo rigor científico o que denominam match, isto é, o fato de
que, indo muito além de uma simples repetição transferencial entre terapeuta e
paciente, estabelece-se entre ambos um “encontro”, singular, decorrente das
características próprias e reais de cada um, de sorte que pode resultar uma harmonia
produtiva ou uma desarmonia estagnadora no trabalho do par analítico. O
interessante desta pesquisa é que foi possível observar que, em uma análise,
feita com psicanalistas igualmente competentes e forjados por uma mesma
formação oficial, os analisandos poderiam dar-se mal com um deles e se entrosar
muito bem, do ponto de vista psicanalítico, com o outro; sendo que a recíproca
era verdadeira. Mais ainda: muitos analisandos da pesquisa beneficiaram-se
claramente em uma área de seu psiquismo – digamos, para exemplificar, a
sexualidade –, enquanto em uma outra área, como podia ser a de uma primitiva
organização narcisista, o processo analítico ficava detido. No entanto, uma
eventual troca deste analisando, em uma escolha por um outro analista, poderia
apontar para um resultado totalmente inverso, embora equivalente no balanço dos
avanços e da estagnação.
3. Fatos
como esses, nada raros na experiência cotidiana da clínica psicanalítica,
permitem deduzir não só que a pessoa real do terapeuta exerce uma significativa
influência no processo analítico, mas também que existem, virtualmente em todos
os analistas, determinados pontos-cegos que se constituem em resistências, por
vezes muito rígidas e imutáveis.
4. A
resistência de um psicanalista também pode estar manifesta fora da situação
analítica propriamente dita, como é o caso em que ele se nega a tomar
conhecimento de outros vértices teórico-técnicos da psicanálise ou toma
conhecimento, porém os desvitaliza, na maior parte das vezes recorrendo a um
sistemático reducionismo para os valores e conhecimentos com os quais ele está
bastante familiarizado, porém que saturam a sua mente.
5. Contraresistência.
A distinção que estamos propondo, entre o que se trata de uma “resistência
própria do analista” e de uma “contraresistência”, em razão da influência do
analisando por meio de uma carga de identificações projetivas que inundam a
mente do analista, pode ser exemplificada com a maneira de como o terapeuta
utiliza aquilo que Bion chama de uma mente saturada por “memória, desejo e
ânsia de compreensão”. Assim, pode acontecer que o analista, durante a sessão,
fique confuso, com uma hipertrofia ou atrofia de seus desejos, com a sua
memória atrapalhada e, por conseguinte, com um prejuízo de sua indispensável
capacidade perceptiva, em razão dos “ataques aos vínculos perceptivos” (Bion)
desferidos pelo inconsciente do paciente, de tal sorte que ele pode ficar
enredado no jogo resistencial deste último. Tal condição caracteriza um estado
de contraresistência. A mesma pode estar a serviço de uma sutil resistência de
certos pacientes, a qual consiste no fato de em vez de atacar a sua própria
percepção de verdades intoleráveis, consegue o mesmo resultado, fazendo com que
se multipliquem as resistências de seu analista.
6. Em
contrapartida, o analista pode estar utilizando a sua memória como uma forma de
posse e de controle sobre o seu analisando, a partir da saturação da sua
memória com conhecimentos de fatos já passados, e que podem não coincidir com o
momento afetivo presente naquele instante na mente do paciente. Da mesma forma,
o desejo do terapeuta pode ser exclusivamente seu, como seria o caso dele
querer que a hora da sessão analítica termine logo porque está cansado ou
perdido; almejar se gratificar com notáveis sucessos imediatos do seu paciente,
mais atendendo aos seus interesses narcisistas do que a qualquer outra coisa; e
assim por diante em uma infinidade de possibilidades.
NA PRÁTICA ANALÍTICA
Vale
tentar rastrear o surgimento de resistências do analista ou de contraresistências
que acontecem no campo analítico – de uma forma muito sumária – desde os
primeiros passos, ou seja, desde a entrevista inicial de avaliação até as fases
de término de uma análise.
1. Entrevista
inicial. Não é nada rara a possibilidade de que o surgimento da “resistência”
no campo analítico, conforme destacado, deva-se unicamente às resistências do
próprio analista. Assim, já na situação de seleção de pacientes para enfrentar
uma longa análise, é possível que, sob distintas racionalizações para não
aceitar determinado paciente, o psicanalista possa estar se evadindo do seu
medo de enfrentar uma situação regressiva, como, por exemplo, a da presença de
um estado depressivo do consulente; a prática de actings que os
desconforta; uma forte sedução de alguma paciente histérica; ou sinais
indicadores de uma “parte psicótica da personalidade”; etc.
2. É
claro que em geral também ocorre que o pretendente à análise possa estar com a
sua motivação dividida, e a sua parte que está resistindo a enfrentar essa
ameaçadora situação nova visa, inconscientemente, a provocar uma contraresistência
do tipo de desistência na pessoa do analista, para este não aceitar o desafio
de iniciar a análise.
3. Setting.
As combinações que compõem a instituição de um necessário setting que
possibilite uma análise bem-sucedida podem ser resumidas no regular
funcionamento das regras técnicas legadas por Freud (...), sendo que cada uma
delas pode, eventualmente, ficar desfigurada na sua essência e, por
conseguinte, servir como uma posição resistencial do próprio analista. Assim, o
método da “associação livre”, que se tornou conhecido como a regra básica ou a
regra fundamental da técnica psicanalítica, pode servir como exemplo da
afirmativa aqui feita. Freud instruía seus pacientes no sentido de que
contassem “tudo que lhes viesse à cabeça”, sem selecionar ou suprimir
pensamentos e sentimentos, pois, do contrário, eles estariam resistindo, e o
resistido devia ser vencido acima de tudo. Isso, hoje, se tomado ao pé da letra
pelo analista, estaria revelando uma resistência dele, pois faria crer que o
único item importante da análise seria a exigência de o paciente falar, e,
portanto, seus silêncios e atuações, além de tantas outras formas de
comunicação não-verbal, seriam sempre mal tolerados, mal compreendidos e,
portanto, não utilizados para um aprofundamento do vínculo com o lado de
difícil acesso do analisando. Aos poucos, foi se firmando a crença entre os
analistas de que mais importante que o compromisso do paciente em não opor
resistências ao livre fluir dos seus pensamentos, o que mais passou a ser
valorizado, é o labor voltado para a maneira de como ele os observa,
correlaciona, comunica e age.
4. As
livres associações do paciente exigem, por parte do analista, o cumprimento da
regra da atenção flutuante, a qual costuma sofrer a interferência resistencial,
tanto que, conforme diz Cesio[5] (1975, p. 188), “ao
contrário do que pode sugerir sua denominação, manter a atenção flutuante exige
do analista uma constante aplicação de energia para sobrepujar resistências que
se opõem à sua existência”. Partindo de um outro vértice, Bion utiliza essa
regra de Freud para asseverar que o analista pode estar com a sua mente
saturada de memórias e desejos que objetivam, sobretudo, que ele utilize os
seus órgãos sensoriais para não perder o controle sobre o paciente e sobre si
próprio, portanto, acrescento, de uma forma resistencial, razão pela qual ele
paga o alto preço de não propiciar a emergência de uma subjacente capacidade de
intuição.
5. A
regra da neutralidade ficou condensada na clássica “metáfora do espelho”, de
Freud; porém se essa indispensável neutralidade estiver a serviço das
resistências do analista, ela estará desvirtuada. Nesses casos, a neutralidade
pode se confundir com um distanciamento fóbico, em cujo caso, em nome de uma
pretensa neutralidade, o analista adota a atitude de uma fria superfície de
espelho, em uma equivocada interpretação e aplicação da analogia de Freud, que
fica a serviço de sua resistência a uma aproximação maior.
6. É
possível ocorrer o inverso, ou seja, que o analista não tenha resolvido sua
emancipação de uma má dependência interna, e resistirá com defesas de ordem
maníaca. Nesse caso, ele atuará no sentido de uma falsa independência, por meio
da racionalização de “dar maior liberdade à rigidez do setting, imposta
pelas sociedades psicanalíticas”. Ao mesmo tempo, dirigirá o paciente a uma
falsa libertação dos objetos externos, delegando-lhe um estímulo às pulsões do
id, bem como a um rompimento bélico com o superego.
7. Da
mesma forma, se o analista tiver uma estrutura marcadamente obsessiva, fará uma
resistência a um clima de liberdade e levará o setting a extremos de
rigidez, em uma ênfase a que o paciente (projeção dele próprio, analista)
“comporte-se bem”. Assim, o apregoado comportamento “muito humanitário” de
certos terapeutas, que evitam ao máximo frustrar o paciente em seus pedidos por
mudanças nas combinações do setting, pode-se configurar como uma
resistência do próprio analista, por estar encobrindo uma atitude sedutora a
serviço de seu narcisismo ou do seu medo de despertar o repúdio do analisando.
8. Os
inconvenientes dessa conduta, na qual o analista não consegue fazer nenhuma
frustração suficientemente necessária, são claros, sendo que o principal deles
é o imediato estabelecimento da falsa crença de que a frustração é sempre má e
deve ser evitada, assim como a de que o analista deve ser poupado das cargas
agressivas do paciente. Nesses casos, o setting corre o risco de
transgredir a neutralidade, de modo a ficar se estruturando em uma prioritária
busca por gratificações recíprocas.
9. Por
outro lado, Etchegoyen[6] (p. 9) alerta para o fato
de que “quando o analista pretende obter informações do paciente, que não sejam
pertinentes à situação analítica, é porque ele está funcionando mal,
transformou-se numa criança (quando não em um perverso) escopofílica[7]”.
10. Uma
importante – e bastante comum – forma de resistência procedente do analista é
aquela que resulta de um possível excesso de narcisismo dele, de maneira que
resistirá a qualquer contestação ou tomada de posição de seu paciente que não
estiver enquadrada nos seus valores próprios, idealizados por ele.
11. A
regra da abstinência, complementar da regra da neutralidade, recomenda que o
analista não satisfaça os desejos regressivos do paciente (e os seus próprios),
excluídos, obviamente, os da compreensão analítica. Em obediência a essa regra,
no início do movimento psicanalítico fazia parte do contrato que os analisandos
se comprometessem a não tomar nenhuma responsabilidade importante durante o
curso da análise. A aplicação rígida disso, hoje, indicaria um temor do
analista aos imprevistos da viagem analítica e se constituiria como uma
resistência bastante prejudicial, tanto que há uma concordância geral de que,
com a atual duração das análises, aquele princípio é inútil e até maléfico,
pois leva à falsa crença de que somente a vida analítica é importante e que o
paciente deve fazer uma pausa na sua vida real, com a promessa de que a
reassumirá, posteriormente, em condições idealizadas.
12. Um
contrato com muitas cláusulas normativas tem o inconveniente de reforçar, desde
o início, um vínculo tipo “dominador versus dominado”, o que pode vir a
endossar a teoria do analisando de que, para conseguir tudo que almeja da
análise, basta se esforçar, não faltar, não se atrasar, pagar direitinho, etc.
Com isso, a resistência a um verdadeiro trabalho de análise vai se estruturando
em torno da ilusão de que o trabalho deve ser valorizado, não tanto pelo
resultado alcançado, mas, sim, pelo sofrimento, pelo esforço despendido ou pelo
bom comportamento, mas isso entra em conflito com os valores reais da vida.
Isso acontece mais comumente com pacientes e, em contrapartida, com analistas
que desde crianças foram condicionados pelos pais a ganharem coisas com muito
choro, lutas e formações reativas.
13. A
contraresistência também pode se manifestar por um controle sádico,
inconsciente, por parte do analista, o que pode levá-lo a utilizar privações
severas e desnecessárias, sob a racionalização de que está fielmente cumprindo
a regra da abstinência, quando, na verdade, ele pode eventualmente estar
resistindo a movimentos de busca de uma liberdade de aproximação sadia por
parte do analisando.
14. A
regra do amor às verdades, como já foi anteriormente destacado, pode ser
incluída entre as demais regras técnicas de Freud, tal como pode ser
exemplificada nesta passagem, entre tantas outras mais dele: “a relação entre
analista e paciente se baseia no amor à verdade – isto é, no reconhecimento da
realidade –, e isso exclui qualquer tipo de impostura ou engano”. Entendo que
Freud referiu-se tanto à pessoa do paciente como a do analista, e talvez
principalmente a um necessário clima de veracidade entre ambos. Destarte, a
negação ou a evitação das verdades (...), por parte do analista, é utilizada
pelos pacientes como uma autorização para as suas próprias falsificações
resistenciais e, por isso mesmo, o psicanalista “ser verdadeiro” vai além de um
dever ético, além de se constituir como uma imposição técnica, caso contrário
estará minando os núcleos básicos de confiança do paciente, a um mesmo tempo em
que estará reforçando as resistências deste (...).
15. Além
disto, deve-se considerar que o analista pode estar utilizando esse aspecto
relativo às verdades com finalidades resistenciais próprias dele, tal como
acontece nas situações em que ele confunde “ser verdadeiro” com uma crença de
que ele “tem a posse da verdade” ou quando de forma obsessiva ele manifesta uma
intransigência por qualquer arranhão do analisando que lhe pareça não condizente
com a verdade, sem se aperceber que ele é que pode estar equivocado, até mesmo
porque a verdade é sempre relativa, nunca absoluta ou imutável.
16. Atividade
interpretativa. Uma primeira observação é a de que a tão frequente forma de
muitos analistas interpretarem tudo o que o paciente disser, em um sistemático
reducionismo ao “é aqui, agora, comigo…”, pode estar representando uma forma de
o analista poder racionalizar, e assim resistir a um maior envolvimento
afetivo, por meio do uso de uma recomendação técnica de trabalhar na neurose de
transferência, sem se aperceber que a executa de forma equivocada e inadequada,
pois, muitas vezes, essa interpretação irá resultar um mero chavão, repetido de
forma mecânica.
17. O
grande risco, que surge no par analítico, com muito maior frequência do que
possa parecer, é a contração de um conluio resistencial-contraresistencial,
porquanto o analisando pode estar induzindo o seu psicanalista a lhe
“interpretar” exatamente aquilo que ele quer ouvir e que já sabe por
antecipação, de modo a assim perpetuar um controle sobre a análise e o
analista.
18. O
que, acima de tudo, deve ser destacado é o fato de que uma interpretação do
analista somente será eficaz (é diferente de correta, exata) se ela tiver
origem empática, caso contrário sua transmissão far-se-á pela via do intelecto
– portanto, fria e estéril –, denotando um movimento resistencial.
19. Uma
consideração a ser feita é que em casos nos quais o inconsciente do analista se
identifica, de forma patológica, com as projeções do paciente, ele não terá
condições de interpretar. Nesse caso, pode nada lhe ocorrer e, com a mente em
branco, em estado de contraresistência, pode se socorrer da teoria e
pseudo-interpretar as “resistências” do seu paciente. (...)
20. Em
suma, quando analista e analisando não trabalham em um mesmo plano, todo o
sistema de comunicação entre ambos falha, e os campos resistencial e contraresistencial
se incrementam, de modo que, nesses casos, o paciente, frustrado por não estar
sendo compreendido pelo seu analista, vinga-se deste, castrando-o em sua
potência, e assim o introjetará. A recíproca também é verdadeira. (...)
CONLUIOS INCONSCIENTES
21. Não
é demais repetir que, cada vez mais, tem sido enfatizado que o tratamento
psicanalítico não é a análise isolada de um indivíduo, mas sim a de um vínculo
humano, com múltiplos vértices. Aliás, a própria resistência, ou a contraresistência,
ou, ainda, a conjugação de ambas, é uma forma de vínculo. Pode ocorrer um
desvirtuamento analítico desse vínculo, o que, às vezes, se cronifica,
tornando-se difícil de desfazer, nos mesmos moldes que sabemos o quanto é
difícil desfazer certas parelhas relacionais, quando as mesmas constituem um
sistema que se alimenta a si mesmo, casos nos quais cada membro, mantendo as
suas dissociações, é inseparável do outro, com o qual forma uma unidade.
22. Na
clínica cotidiana, vemos isso em uma infinidade de parelhas que se estruturam
de formas complementares, tipo sadomasoquista; forte-fraco; rico-pobre;
feio-bonito; avaro-ávido; sadio-doente; sedutor-seduzido; adulto-criança; etc.
Um paciente com tais características tentará reproduzir com o seu analista
algumas dessas modalidades inter-relacionais, e é isso que se constitui no
risco do estabelecimento no processo analítico de um irreparável conluio de
recíprocas resistências.
23. Esses
conluios são denominados pelo casal Baranger[8] (1961-62) como “baluartes”
existenciais[9],
os quais se constituem em um sistema de “resistência organizada”, que se
comporta como um refúgio inconsciente de poderosas fantasias de onipotência.
Esse “baluarte” pode estar configurado tanto por uma perversão aparentemente
muito prazerosa quanto por uma superioridade intelectual ou moral, por uma
relação amorosa idealizada, por dinheiro, profissão, poder, prestígio etc. Para
não correr o risco de cair em um estado de desvalia, fragilidade e
desesperança, o paciente evita pôr em jogo e analisar aquilo que constitui o
seu baluarte, e, para tanto, é necessário conseguir a cumplicidade do analista.
24. Importa
consignar, sobretudo, que o estado de resistência-contraresistência mais sério
e esterilizante de uma análise é aquele que se manifesta sob a forma de
conluios inconscientes (aos conscientes, fica mais apropriado chamá-los de
“pactos corruptos”) entre o paciente e o analista. Esses conluios podem
adquirir muitas modalidades, como é o caso de uma muda combinação inconsciente
entre ambos de eles evitarem a abordagem de certos assuntos ou a de uma
recíproca fascinação narcisista, entre tantos outros conluios mais, que serão
detalhados mais adiante, cabendo ressaltar, desde já, que o conluio
inconsciente que se configura como uma “relação de poder” sob uma forma
sadomasoquística bem-dissimulada é, de longe, a mais frequente.
25. Colusão.
Este termo – que tem uma evidente sinonímia com “conluio inconsciente” –, sendo
cada vez mais empregado na literatura psicanalítica, designa uma condição
vincular pela qual os dois, ou mais, participantes de um vínculo compartilham
as mesmas fantasias, necessidades, desejos e demandas inconscientes, de forma
que um complementa ao outro. Em casos mais extremos, as colusões podem adquirir
uma configuração perversa, em grau maior ou menor. A natureza do conceito de
colusão, que implica em cumplicidade, está bem expressa na etimologia da
palavra, pois os prefixos latinos “co” (com, junto de…) + “ludere” (brincar)
traduzem fielmente que as pessoas envolvidas na colusão estão brincando de
“faz-de-conta-que…”.
26. Pode-se
dizer que, de modo geral, uma transferência fortemente idealizada, já no início
da análise, constitui-se em um claro indicador da presença de uma “posição
narcisista”. Dito de outra forma: a transferência “negativa”, a mais difícil de
ser detectada, de uma forma ou outra, existe sempre, e a sua ausência, ou o seu
aparecimento, ao longo da análise, apenas em reações esporádicas e passageiras,
é indício de uma análise incompleta. Se houver uma contraresistência por parte
do analista na detecção, aceitação e manejo dos sentimentos agressivos, o
conluio se perpetuará.
27. Assim,
é bastante frequente um conluio resistencial que consiste em manter a agressão
encoberta por um manto de idealização, para evitar penosas desilusões, as quais
provocariam uma injúria narcisista (termo de Kohut) e levariam a uma inevitável
irrupção de ódio, com o risco de a lua-de-mel passar a ser de fel. Em casos
extremos, esse tipo de conluio adquire as características de uma “aliança
simbiótica”, quando, em uma busca de novas-velhas ilusões, ambos se empenham em
promover recíprocas e inesgotáveis gratificações, reforçando a fantasia de que
a eterna espera do impossível um dia se concretizará.
28. Winnicott
alude a essa situação, em um enfoque com pacientes muito regredidos, dizendo
que “a análise vai bem e todo mundo está contente, mas o único inconveniente é
que ela nunca termina ou pode terminar num falso self, com o analista e
o paciente coniventes na formação de um fracasso analítico”.
29. Grumberger
assinala que a regressão narcisista na situação analítica pode se constituir em
um estado de “paraíso”, no qual o paciente procura substituir um fracassado
processo de superego (a sua neurose) por um novo superego (a análise), dotado
de uma onipotência narcisista. Resulta, então, um estado de euforia e elação,
com o analisando fazendo de sua análise, especialmente no início, o tema
central de sua vida, em termos de uma nova religião. Essa situação de
encantamento, que no fundo é resistencial, pode se cronificar se houver escamoteio
contraresistencial. Nesses casos, o analista fica interpretando, de forma
inócua, o conflito edípico, costumeira cobertura da regressão narcisista, sem
aprofundar o interjogo projetivo-introjetivo da onipotência, do narcisismo e do
“ideal do ego infantil” (representa o polo das ambições e das expectativas
ideais a serem cumpridas), com a respectiva agressão latente.
30. Quando
a recíproca é verdadeira, vai partir desse analista, narcisista, contrair um
pacto com o seu paciente “brilhante”; fica fascinado por este, o qual passa a
ter o papel do ideal do ego de ambos. Pelo fato de que o ideal do ego está
alicerçado na onipotência, na perfeição e na grandiosidade infantil, resulta
que esse tipo de conluio também se caracteriza pelo fato de analista e paciente
poderem estar muito satisfeitos com o seu trabalho, enquanto que, na verdade,
seja provável que eles estejam dando voltas, sem sair do mesmo lugar, sem que
nada mais se produza.
31. Etchegoyen
assinala que uma recíproca idealização excessiva é um momento crucial para a
análise, porquanto a pressão para chegar a um happy end dessa fascinação
por meio de sutis formas de actings, tanto dentro da situação analítica
(erotização) quanto fora dela (apresentação de progressos), é sempre muito
forte e nenhum analista é imune a esse chamamento sutil e persistente, “pois é
tão sintônico com o ego e tão aceito socialmente, que convence”.
32. Esta
afirmativa encontra respaldo na advertência de Chasseget Smirgel e Grunberger:
“Sendo como somos, débeis
e medíocres, pelo menos em relação às imagens, amiúde grandiosas, que os
pacientes projetam sobre nós – podemos sentir o desejo inconsciente de
perpetuar essa gratificante situação.”
33. Igualmente,
é importante destacar as contraresistências que resultam de fixações
narcisistas, não resolvidas no analista, e que podem se constituir em
arrogância, cuja finalidade maior é reforçar a sua frágil autoestima, bem como
manter afastado do seu ego qualquer coisa que possa, às vezes, diminuí-lo.
Desde o trabalho de Bion sobre A arrogância (1967), ficou claro que esse
sentimento deriva diretamente de uma incapacidade básica para tolerar a
frustração, especialmente a do “não saber”. Nessas condições, o analista
arrogante, ainda que exteriormente possa ser amável e até de aparência humilde,
assume na relação analítica uma atitude prepotente, rempli de soi-même
(cheio de si mesmo), enfatuado na sua convicção de ser superior ao seu
paciente, ser dono das verdades (isso equivale ao que Lacan denomina como SSS:
sujeito suposto saber). Assim, esse terapeuta não terá capacidade de empatia,
disposição para escutar, para tolerar frustrações e, então, aliado com as
resistências do seu analisando, anulará as capacidades positivas deste último,
total ou parcialmente.
34. Na
prática clínica, isso se traduz pelo fato de que o analista, cometendo o grave
erro de tomar a parte pelo todo, vir a trabalhar unicamente com a “parte
infantil” do paciente, despojando-o de suas capacidades adultas e
discriminativas, bem como de seu direito às críticas e réplicas, as quais serão
interpretadas como “resistências”. É claro que também existe a possibilidade
oposta a essa, na qual o analista, por ser cauteloso demais, só trabalha com o
lado adulto do paciente, sem levar em conta que ele tem também um lado
infantil, assustado, desamparado, que está em uma espera ansiosa de ser
compreendido e estimulado para encarar sua fragilidade com naturalidade, sem
ter que despender o alto montante de energia psíquica que uma negação maciça
demanda.
35. Um
analista arrogante não pode tolerar dúvidas e incertezas, ao que resiste por
meio de um controle submetedor de natureza sádica, o que leva a configurar o
seu vínculo com o analisando como uma relação de poder. Essa submissão, somada
aos objetos internos que subjugam o paciente, reforça um surdo ódio e uma
rebelião inconsciente que, quando totalmente reprimidos, podem se manifestar
por uma melancolização, somatizações ou até por acidentes.
36. Ainda
em relação a uma possível arrogância do analista, é útil lembrar a metáfora de
Freud, em seu trabalho Construções em análise (1937), no qual ele
compara o poder do analista sobre o paciente com o jogo de “cara ou coroa”, ao
se atirar uma moeda para o alto para decidir uma vantagem, ou desvantagem, para
alguém. Assim, ironiza Freud, o analista pode agir da seguinte maneira: se der
cara, ganho eu; se der coroa, perde você. Penso que, igualmente, um analista
exageradamente narcisista, que, de modo vital, necessita sempre ter a razão,
tomará o seguinte e pernicioso estado mental diante do paciente: “Se a análise
andar bem, o mérito é meu; se andar mal, é porque você está resistindo…”.
37. De
forma equivalente, se esse analista, sem exercer uma função de continente,
interpretar tudo somente em termos de identificações projetivas, poderá estar
cronificando a impotência e a desesperança de seu analisando. Os casos mais
graves são aqueles nos quais essa atitude do analista encontra uma
complementaridade no paciente de dependência masoquista, que inclusive se
gratifica com esse tipo de conluio sadomasoquista, e que não tem desejo por
modificações verdadeiras.
38. Também
Bion chama a nossa atenção para uma outra forma de conluio resistencial-contraresistencial
que é muito daninha devido à sua natureza silenciosa e deteriorante, além de
consistir em um conformismo com a estagnação da análise, portanto em um estado
de apatia em ambos. Em tais casos, Bion recomenda que o analista deva ter a
suficiente coragem para aperceber que a aparente harmonia e tranquilidade da
situação analítica não são mais do que uma estagnação estéril e que, a partir
dessa percepção, ele pode provocar um estado de “turbulência emocional”, de tal
sorte que aquilo que é egossintônico passe a ser egodistônico.
39. Costumo
chamar esse tipo de vínculo – também bastante frequente – em que analista e
paciente estão aparentemente satisfeitos, porém nada mais está acontecendo na
análise em termos de transformações, de conluio de acomodação, que adquire uma
dimensão máxima quando o analista se acomoda em um estado de “desistência”, o
qual resulta da invasão que o paciente faz desse seu estado mental no psiquismo
do terapeuta. A frase “quase sempre há fogo oculto sob as cinzas silenciosas,
com uma enganadora aparência de inatividade”, enquadra-se como uma luva nesse
“conluio de acomodação”.
40. Meltzer
alerta para o risco de um conluio perverso, que consiste em um jogo de
seduções, por parte de pacientes com características perversas. Se esse conluio
chega a se estabilizar, conclui o autor, torna-se claro que o paciente, ao
invés de reconhecer suas limitações, verá seu analista “como uma prostituta,
uma ama-de-leite, viciada na prática da psicanálise e incapaz de conseguir
melhores pacientes”.
41. É
indispensável registrar um tipo de conluio, resistencial-contraresistencial,
nada raro, que pode ser chamado de conluio erotizado, pelo qual analisando e
analista se comprazem, bem como se gratificam reciprocamente, com a erotização
na transferência. Essa situação pode ocorrer com um analista que sinta seu ego
reforçado diante da comprovação de que ele é atraente e inspirador de paixões.
O risco, nesses casos, é que esse analista, por meio de atitudes e
interpretações – essas próprias podendo servir como carícias verbais! – pode
estimular e perpetuar esse estado de coisas.
42. Os
prejuízos analíticos, nesses casos, são óbvios. Por um lado, não se fará a
elaboração da transferência negativa, a qual, como se sabe, muitas vezes está
dissimulada por um erotismo por parte daqueles pacientes que são muito
propensos a atuações muito destrutivas.
43. Por
outro lado, também pode ficar prejudicada a elaboração de um outro aspecto,
veiculado pela transferência erótica e que, de maneira estranha, é
relativamente pouco lembrado na literatura psicanalítica: trata-se do erotismo
transferencial positivo, quando manifesto em um contexto no qual o analisando
está se permitindo a ter fantasias, desejos, sensações e emoções a que sempre
se proibira e coibira. Se o analista não se aperceber disso, por estar em
estado resistencial defensivo ou pelo seu temor da irrupção de uma
transferência-contratransferência erótica, pode levar ele – e, por conseguinte,
o analisando – a se refugiar atrás de uma cortina de aparente agressividade,
pela qual esse tipo de paciente vai então procurar, falsamente, se mostrar
hostil, uma isca para o analista ficar lhe interpretando agressão, em vez de
seu enorme medo de uma relação de amor, pelo fato de isso representar, para
ambos, um sério risco de destruição de si, do outro ou do vínculo entre ambos.
Trata-se de um conluio que pode ser chamado de pseudo-agressivo.
44. É
evidente que outras variantes de conluios resistenciais-contraresistenciais
poderiam ser descritos. No entanto, o que vale destacar é que o paciente está
rigorosamente dentro do seu papel de analisando, sendo que a responsabilidade
pela formação do conluio inconsciente cabe ao psicanalista. Mais ainda: se ele
não se der conta disto ou não tiver condições de reverter a existência no campo
analítico de um desses conluios mencionados, aumentará a possibilidade de que o
processo analítico se cronifique em uma circularidade estéril ou que desemboque
em impasses psicanalíticos, inclusive na tão temida reação terapêutica
negativa.
ZIMERMAN, David E. Manual
de técnica psicanalítica. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 105 a 112.
[1]
João-bobo: brinquedo em formato de boneco flexível cuja base fixa garante que –
por mais que se empurre, chute ou bata nele – ele volta sempre a seu eixo
central, “teimando” em manter sua posição originalmente ereta.
[2]
RACKER, H. Estudios sobre técnica psicoanalitica. Buenos Aires: Paidos,
1973.
[3]
BARANGER, W. e BARANGER, M. La situación analítica. In: Rev. De
Psicoanalisis, v. 49, n.2.
[4]
KANTROWITZ, J. The relationship between the resolution of the transference
and the patient-analist match. Trabalho apresentado no 36° Congresso da
IPA, Roma, 1989.
[5]
CESIO, F. El letargo: contribuicion al estudio de la reacion terapêutica
negativa. Rev. de Psicoanalisis, v. 17, n.3.
[6]
ETCHEGOYEN, H. Fundamentos da técnica psicanalítica. Porto Alegre:
Artmed, 1987.
[7]
Escopofilia: prazer na observação da intimidade de outrem, voyeurismo.
[8] BARANGER,
W. e BARANGER, M. La situación analítica. In: Rev. De Psicoanalisis, v.
49, n.2.
[9]
Baluarte: construção defensiva, local seguro.
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